[RP Passado] - Treinamento de Rock Lee

Os poucos meses a partir do momento que teve a graça de se tornar Chuunin e a infelicidade de perder seu Sensei, Maito Gai, pareciam se passar tão lentamente que lhe tinha saído a vontade de treinar. Estava mais uma vez num daqueles passeios nas proximidades de seu campo de treinamento, pensando no que fazer de sua vida e de como agir para não falhar mais. Decidiu deixar a tristeza de lado, além de todo aquele contorno fúnebre, e foi na direção de seu campo, para reaprender as técnicas que parecia ter aprendido, mas estava enganado. Não tinha trabalhado duro suficiente em todo aquele tempo, e agora tinha perdido o que tinha de mais precioso na sua vida. Correu por entre as armadilhas, saltando ou desviando da melhor forma possível, chegando por fim no centro de todo aquele canto: uma árvore imensa. Adentrou pelo esconderijo por uma das portas que só se abria ao ser batida, ela assim entraria para dentro e escorregou para o lado, permitindo que Lee passasse.

Entre tantas coisas construídas com metal, ferro, rocha e outras até de ouro existentes no lugar, aquele pseudo-adulto procurava, dentro duma das três gavetas do único imóvel de madeira daquele lugar, os seus pesos de treinamento; cada um pesando duzentos quilogramas, meio exagerado deveras, mas era a maneira que lhe tinha de melhor para seu aprendizado.

- Há quanto tempo eu não vejo isto, refletiu ele colocando os pesos posicionados abaixo das suas caneleiras cor de abóbora. - Desta vez vou me esforçar um pouco mais que das outras vezes, enquanto saía comentando de seu treino pegou uma grande placa pondo-a no ombro.

Já parado à frente da grande árvore num dos pouquíssimos lugares que era seguro ficar (lugar este que, por seu pedido, fora deixado sem armadilhas) iniciou um pequeno alongamento. Enquanto esticava e retraía sua perna, refletia sobre toda a tristeza que sua consciência fraca tivera de passar, ele sentia isso toda vez que o polida e gélido vento batia em sua pele, trazendo uma onda extra de tristeza e mágoa e, quando passava por inteiro, arrastava toda felicidade que Lee utilizava a todo instante. Felicidade esta que lhe era quase falsa, pois em nenhum instante de sua vida sentiu-se verdadeiramente feliz. Por vezes se perguntava por que tivera de nascer, para quê mais simples motivo tive de surgir naquele lugar.

Afora de todo este sofrimento que sempre teve em seu coração, Lee sempre teve uma ambição pela imortalidade, mas ele queria conquistar isto dum modo mais decente, sem precisar fazer outras pessoas sofrerem; uma frase explicava toda aquela idéia que tinha: "Já que vim a este mundo com um propósito, não poderei morrer até que tenha certeza de tê-lo cumprido".

Depois de ter amarrado grotescamente a barra de metal, tomou um pouco de distancia, saltando para trás e se apoiando no solo, de cabeça para baixo, estando a mais de trinta metros da árvore. Como se fosse mole, seus braços se retrairam, impulsionando-o para o alto novamente. Ainda no ar, Lee começou a desferir sequencias de golpes que lhe tinha por conhecidos, mas estava tão enferrujado que, taijutsus simples como o senppu e suas outras duas variações, custaram-lhe um bom tempo de treinamentos e em tentativas por vezes fustradas. Enquanto estava no solo desviando das armadilhas com agilidade e velocidade, executava diversos movimentos com as mãos, alguns deveras terminavam em técnicas malefeitas.

"Hoje será um daqueles meus longos dias", pensava ele ofegante e bem sentado sobre os ramos e folhas da árvore central do campo.

Mesmo sem perder o sorriso que tem no rosto, treinava arduamente diversos movimentos repetidos com a placa de metal, estava acostumado com aquele batalhão de treinos e movimentos repetidos que o faziam se fortalecer cada vez mais. Caminhou alguns poucos metros para longe da enorme árvore e, como num sobressalto, saltou impulsionando-se para frente com as pernas flexionadas para perto do corpo, naquele exato momento sentiu sua stamina correr-lhe nas veias como se fossem explodi-las. Girou o corpo tentando fazer uma rotação completa, disparando com aquele ataque na direção da placa de metal que continuava fixa no tronco da árvore.

Aproveitou o descanso que tivera por quatro horas seguidas, encostado na imensa árvore que se postava em seu campo, para desativar as armadilhas de seu campo e pegar um pequeno boneco vivo que servia-lhe sempre para treinos. Este tal boneco só poderia ser considerado vivo quando o seu usuário transmite uma pequena parte de seu chakra para seu interior, por duas cavidades que existiam em sua carcaça, uma no peito e outro na cabeça. Sendo assim, Lee fez todo aquele aparato e observou atentamente o boneco personificado se levantar, como sempre fazia aliás. Riu-se consigo e pediu para que o tal se postasse parado e se defendesse.

Como que um raio, o tai-nin partiu na direção do boneco que, indefeso e obediente, iria apenas defender os golpes desferidos por ele. Num salto para frente, Lee efetuou três pequenos golpes iniciais no seu alvo: um nos pés, outro nos joelhos e outro no peito, no entanto, o forte adversário sequer se moveu, exceto três passos leves que teve de fazer para trás, equilibrando-se ligeiramente. Não esquecendo-se de comentar sobre um aspecto interessante daquele boneco, ele cópia as características físicas de quem inserir chakra nele.

Sem perder muito tempo com outros movimentos, Lee só tocou levemente no chão e elevou a perna esquerda impulsionando-se num rotativo que treinara por tempos, lançando assim o boneco para perto da árvore. Meio em gritos, o astuto Chuunin chutou fortamente o solo, fazendo o mesmo balançar fazendo que o boneco se desiquilibrasse duma vez por todas. Num movimento ligeiro, sentou-se ao lado do boneco caído e começou a sorrir.

"Então eu realmente não estou inteiramente enferrujado", pensava ele com os braços em torno do pescoço escorrado no grande tronco.